quarta-feira, 29 de maio de 2013

Tomé (poema)

Leia antes João 20:24-29



Disseram que viram meu Senhor [Jo 20:25]
Ah, como eu queria crer!
Mas ainda sinto forte a dor
De vê-Lo tanto ali sofrer [Lc 23:49]
    Naquela cruz.

Não pode ser; é um pesadelo!
Ainda me lembro dos gestos Seus,
E de como vim a conhecê-Lo;
Estar com Ele era estar com Deus
    Aqui na Terra.

Quanta coisa Ele nos ensinou!
Algumas vezes censurou-nos,
Mas a lição suprema que ficou
Foi o quanto Ele amou-nos [Jo 13:1]
    (Mesmo a mim!)

Como os demônios O temiam! [Mc 1:27, etc.]
E os doentes, vinham de todo canto. [Mc 1:32, etc.]
Até o vento e o mar Lhe obedeciam! [Mc 4:35-41]
(Quão grande foi o nosso espanto
    Aquela noite!)

Ah, como eu O amava…
Estava pronto a morrer por Ele, [Jo 11:16]
E mesmo enquanto O abandonava, [Mc 14:50]
Lá no jardim, queria estar com Ele.
    (Apesar do medo.)

Não é possível; é um pesadelo!
Ele não podia morrer! Não podia!
Ainda ouço o golpe seco do martelo, [Mt 27:35]
A zombaria imunda que dizia:
    “Desça da cruz!” [Mt 27:40]

Eu O vi morrer! Sim, eu vi! [Lc 23:49]
Eu ainda Te amo, Senhor,
Mas eu Te vi morrer! Eu vi!
E nem o tempo apagará a dor
    Que me oprime.

Disseram que viram meu Senhor…
Mas se eu não sentir o sinal dos cravos,
Sinais da Sua horrível dor;
Se não puser a mão no Seu lado
    Não crerei. [Jo 20:25]

Mas o que é isto? “Paz seja convosco [Jo 20:26]
É o meu Senhor! O mesmo que morreu!
Vejo Suas mãos, Seu lado, Seu rosto!
É o meu Deus! “Senhor meu, [Jo 20:28]
E Deus meu!

© W. J. Watterson — 10/05/2001

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Perdão (poema)

Como dói ser traído por um irmão!
Parece, até, que a luz do Sol se esconde,
Que a Lua chama as estrelas a brilhar
Mas nenhuma delas responde…

Mas não revides; ora pelo teu irmão,
E deixa Deus julgar seus atos.
Só Ele vê o coração,
Só Ele sabe bem os fatos.

Se Ele vir o teu amor,
O teu perdão de coração,
Conhecerás o Seu amor,
Terás de Deus consolação!

E tudo, então, estará em paz… 


© W. J. Watterson — 20/04/2003

domingo, 26 de maio de 2013

Guilherme Maxwell (poema)



“... hoje caiu em Israel um príncipe e um grande” (II Sm 3:38). Um pequeno tributo ao meu avô, falecido em Agosto de 2005; ele teria completado 96 anos em Dezembro daquele ano.





Deixou família e pátria, movido pelo amor;
Viveu em terra estranha, servindo ao seu Senhor;
Amava a cruz de Cristo, amava o Salvador;
Cuidava das ovelhas — um terno e bom pastor.
    Quantos exemplos!

Sua mala está desfeita*, findou-se toda a dor;
Ressoam lá na glória seus hinos de louvor;
Com gozo indescritível, sem medo ou dissabor,
Contempla a face santa do amado Salvador;
    Quanta alegria!

E nós, aqui na Terra, movidos pelo amor,
O seu lugar tomemos — sirvamos seu Senhor!
Que seu exemplo ilustre de amor ao Salvador
Nos torne corajosos até o Sol se por;
    Mas, ah! Senhor! Quantas saudades ...


© W. J. Watterson — 16/09/2005

* Durante a última década da sua vida, o Sr. Guilherme constantemente dizia que sua mala estava pronta para ir ao Céu. Hoje ele está lá, e sua mala, pronta durante tantos anos, já foi desfeita.

A espada embainhada (poema)

Louvemos ao servo fiel,
Que tinha espada mas não lutou;
Como o Senhor que, contra ódio cruel,
Suas legiões não chamou.

A espada embainhada maior mérito pode indicar
Do que daquele que luta com ferocidade;
“Melhor”, está escrito, “o ânimo controlar
Do que tomar uma cidade”.

Tua força é tua fraqueza, se abusá-la;
Tua coragem, covardia, se não domada;
Ter força para derrubar, e não usá-la,
É ter força duplicada!


Traduzido de “The undrawn sword”, de James M. S. Tait (do livro "Bells & Pomegranates")
© W. J. Watterson — 2009